Há 20 anos como produtor na região sul do Tocantins, Tarcísio Goiabeira, atualmente trabalha com bois em confinamento, o que garante maior lucratividade. Ele conta que o boi criado neste sistema de confinamento abastece o frigorífico de carne, Cooperfrigu, situado em Gurupi. Os caminhões chegam a todo o momento para descarregar os animais, que ficam em áreas separadas recebendo jatos de água, para garantir o bem estar antes do abate.
A Cooperativa dos Produtores de Carnes e Derivados de Gurupi (Cooperfrigu) é uma das maiores e mais importantes geradoras de emprego na região e no Estado. Hoje são 600 funcionários, além disso, pelo menos mais 1500 pessoas são beneficiadas indiretamente com o funcionamento do frigorífico.
Só no Setor de desossa, por exemplo, estão envolvidos cerca de 160 profissionais, o que garante o aproveitamento completo de toda a carcaça do animal, evitando desperdícios e trabalhando de forma sustentável, a empresa mantém o alto padrão de qualidade da matéria-prima que hoje é exportada para mais de 70 países.
O processamento, é feito em etapas. As vísceras retiradas e enviadas para este local onde serão aproveitadas. A carne é rastreada desde o processo de maturação. Por isso, toda peça recebe etiqueta com código de barra específico. Com um sistema altamente tecnológico, a embalagem é empacotada a temperatura em torno de 8 graus. Todos os dias são cerca de 100 toneladas entregues para carregamento.
Para trabalhar de forma sustentável, a indústria mantém apenas uma caldeira em funcionamento, diminuindo as emissões de gases tóxicos no meio ambiente. O gerente industrial Mauricio Resende de Sousa, explica que o sistema de tratamento adotado reduz os poluentes que são produzidos na água utilizada no frigorífico, que será despejada na natureza, evitando assim destruição de nascentes e rios da região. “A água utilizada passa por uma máquina que separa os resíduos líquidos dos solos, onde a água volta para a natureza totalmente limpa”, disse.
Exportação
O abate de bovinos no Tocantins cresceu 8,7% nos primeiros três meses de 2014, no comparativo com o mesmo período de 2013. No primeiro trimestre deste ano foram abatidas 309.813 cabeças, enquanto em 2013, nos meses de janeiro, fevereiro e março, foram abatidos 284.907 animais.
Para o presidente do Sindicato das Indústrias Frigoríficas Carnes Bovinas, Suínas, Aves, Peixes e Derivados (Sindicarnes/TO), Oswaldo Stival Junior, o setor é promissor, e pra ele não existe limites para o mercado de carne tocantinense. “O Tocantins é uma fronteira agrícola e pecuária nova e com a entrada mais efetiva da produção agrícola, principalmente soja e milho, a tendência é a crescer muito em rebanho, porque hoje o Tocantins tem mais de 8 milhões e 200 mil de cabeças de gado. Se a gente crescer isso pra 10 ou 12 milhos de cabeças, podemos aumentar o número de indústrias frigoríficas no Estado, o número de processamento de couro e de empresas que vão agregar ainda mais valor ao nosso produto e a nossa matéria-prima bruta, que é o boi”, afirmou o presidente do Sindicarnes.